Proibição de torcidas em jogos de Sport e Santa Cruz: uma solução ou apenas um paliativo?

Os episódios de violência ocorridos no Recife no último sábado (1°), antes do clássico entre Sport e Santa Cruz, evidenciam mais uma vez um problema persistente: a insegurança no futebol pernambucano, tanto dentro quanto fora dos estádios.

Proibição de torcidas em jogos de Sport e Santa Cruz: uma solução ou apenas um paliativo?
Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Opinião - Os episódios de violência ocorridos no Recife no último sábado (1°), antes do clássico entre Sport e Santa Cruz, evidenciam mais uma vez um problema persistente: a insegurança no futebol pernambucano, tanto dentro quanto fora dos estádios. Em resposta, o Governo de Pernambuco decidiu proibir a presença de torcidas organizadas nos jogos das duas equipes pelos próximos cinco confrontos, abrangendo tanto o Campeonato Pernambucano quanto a Copa do Nordeste.

 

Essa decisão gerou reações divergentes. Para alguns, é uma medida necessária para frear a escalada da violência e proteger a população. Para outros, a proibição penaliza torcedores inocentes que não têm relação com os confrontos, restringindo, assim, o direito ao lazer e à cultura esportiva.

 

A violência entre torcedores não é um fenômeno recente nem exclusivo de Pernambuco. Os conflitos entre grupos que se autodenominam torcidas organizadas refletem problemas mais amplos, que vão além da segurança pública e envolvem fatores sociais, culturais e educacionais. Embora medidas como a proibição de torcidas possam trazer resultados imediatos, elas estão longe de atacar a raiz do problema.

 

Além da restrição às torcidas, a governadora Raquel Lyra anunciou a implementação de cadastro biométrico e reconhecimento facial na compra de ingressos, o aumento do efetivo policial nos estádios e investigações para responsabilizar os autores dos atos de violência. Enquanto alguns políticos defendem intervenções drásticas e a convocação de autoridades de segurança, outros optam por permanecer em silêncio diante da situação.

 

Entretanto, é imprescindível ir além. O combate à violência no futebol requer diálogo com torcidas organizadas legítimas, maior presença policial em áreas de risco, ações de inteligência das forças de segurança, programas sociais voltados à educação e inclusão, além da promoção de uma cultura de paz nos estádios. A paixão pelo futebol não pode ser refém da violência. É responsabilidade do poder público assegurar que os verdadeiros torcedores possam assistir aos jogos com segurança e tranquilidade.